São gaivotas, muitas gaivotas. E as autoridades estão atentas ao fenómeno. Um número anormal destas aves tem marcado presença na cidade da Marinha Grande e localidades vizinhas. Os dejetos que acabam por carimbar a passagem por algumas zonas habitacionais, fazem aumentar a apreensão com o fenómeno.
Paulo Vicente, vice-presidente da Câmara da Marinha Grande assegura: “estamos atentos a essa situação”. O autarca adianta mesmo que já efetuou algumas diligências e reuniões por causa da situação mas, para já, escusa-se a adiantar mais pormenores.
Ainda que não seja clara a origem do anormal afluxo de gaivotas, Nuno Barros, da Sociedade Portuguesa de Estudo das Aves deixa algumas pistas. Há três fatores que podem estar a ajudar ao aumento de aves na cidade, explica o especialista.
A gaivota de patas amarelas, a mais abundante em Portugal, tem vindo a aumentar em número. Acresce que nesta altura do ano, juntam-se também gaivotas de asa escura que chegam do norte da Europa para aproveitar o inverno luso mais ameno.
Por outro lado, a proximidade do arquipélago das Berlengas – a maior colónia de gaivotas de patas amarelas do país – também pode ajudar a explicar a presença das aves. Aliás, adianta Nuno Barros, a gaivota de patas amarelas é uma espécie “ de hábitos alimentares oportunistas, alimenta-se de grande variedade de fontes, tanto pode ser de lixeiras ou de rejeições dos barcos de pesca”. Tem o “hábito de aproveitar tudo”, explica.
Ora, na Valorlis – com aterro sanitário a poucos quilómetros da cidade vidreira – o número de gaivotas é o normal para esta altura do ano, adianta fonte da empresa responsável pela valorização e tratamento de resíduos sólidos da região.
Os resíduos são periodicamente tapados com terra e a empresa tem licença para utilizar um sistema de sons para espantar as gaivotas.
Em casos de fluxo anormal destas aves, chega a ser necessário recorrer à falcoaria para as afastar. Mas esta opção ainda não se revelou necessária, adianta a mesma fonte. Resta esperar para perceber se as gaivotas, na Marinha Grande, vieram para ficar.
in Região de Leiria